O que é e de onde vem o termo anti-fragilidade?
Anti-fragilidade é um termo criado pelo professor de riscos da Universidade de Nova York chamado Nassim Nicholas Taleb para explicar um novo conceito neste novo contexto em que vivemos, ou seja, VUCA: Volátil, Incerto, Complexo e Ambíguo.
Antes da pandemia acontecer, o mercado de ações representava o que existia de mais incerto e frágil e foi a partir deste cenário virtual que Taleb pesquisou sobre probabilidade, erro humano, riscos e tomada de decisão quando não entendemos o mundo. Ele categorizou todos os sistemas a partir de três características: Frágil, Robusto, Antifrágil e daí veio os conceitos de frágil e anti-fragilidade.
Enquanto fragilidade implica mais em perder do que ganhar em situações de estresse, a anti-fragilidade implica mais a ganhar do que a perder. E os robustos estão no meio termo, se ganha e se perde de maneira igual.
De acordo com o professor, coisas frágeis se perdem com o caos e a volatilidade, coisas robustas resistem e coisas antifrágeis se beneficiam.
Sabe aquela história daquilo que não me mata, fortalece? Isto é anti-fragilidade.
Mas o que é anti-fragilidade?
Anti-fragilidade significa que quanto menos cuidado algo ou alguém recebe, mais forte se torna. Traduzindo para o mundo dos negócios, quanto mais uma pessoa ou uma organização, se expõe aos incômodos, dificuldades e incertezas, mais forte se tornam.
A anti-fragilidade se beneficia com inesperado, com os erros, feedbacks negativos e críticas, como se estes elementos fossem um poderoso fermento que aumenta a motivação e melhora a capacidade.
Assim como uma massa de pão que quanto mais você bate, mais ela cresce, o indivíduo ou empresa anti-frágil procura se expor ao sofrimento da realidade e trazer visibilidade as tensões, as situações negativas e ao inesperado.
Isto não significa ser masoquista e ficar feliz por receber “fodebacks” de chefes tóxicos ou preferir ambientes de trabalho competitivos e desleais.
Pelo contrário, a anti-fragilidade acontece mais facilmente em culturas de confiança e de colaboração onde as pessoas estão com as mentes e os corações abertos para aprender, se ajudar e focar no melhor para o cliente e para o propósito da organização.
Nada é pessoal, mas o tratamento e a relação sim. E isso vale uma dose de maturidade, olho no olho e coração com coração.
Confiança é elemento essencial para a anti-fragilidade, assim como a integralidade, ou seja, a visão integral do ser humano com todas as suas dimensões: física, mental, emocional e espiritual.
As pessoas dentro de uma organização com uma cultura de anti-fragilidade são sensores de um organismo orgânico que se auto-organiza, auto-regenera e está aberto às influências do externo para se adaptar e evoluir.
Ao contrário de seguir processos, repetir padrões, obedecer ordens e investir em planejamentos a longo prazo, o anti-frágil provoca disrupções, questiona o existente, mergulha no caos criativo, incentiva a criatividade e o erro, levanta tensões, sai da zona de conforto, busca constante feedbacks de melhorias, inova e investe no presente. Enquanto um tem como valor a resiliência, o outro valoriza a anti-fragilidade.
Resiliência x Anti-fragilidade
Anti-fragilidade também é entendida por alguns como resiliência 2.0, em referência à evolução do termo resiliência, que foi criado no contexto passado cuja mentalidade atendia necessidades como de solidez, ordem e quantidade.
Este termo resiliência virou moda nas organizações mecaniscistas do passado geridas por comando, controle e previsão.
O que é resiliência?
Na física, “resiliência é a propriedade que alguns corpos apresentam de retornar à forma original após terem sido submetidos a uma deformação.”
No mundo dos negócios, ser resiliente seria algo como receber estímulos negativos (pressão, erros, concorrência) e não se abalar, ou seja, a pessoa resiliente tem grande capacidade de receber fracassos e continuar lutando com a mesma energia de quando ela começou.
O conceito de resiliência, desta forma, é algo fixo e estático, uma vez que se refere à um material que aguenta deformações e que consegue voltar ao mesmo estado padrão, ou seja, não se deformar, não desanimar e aguentar firme.
“Enquanto na resiliência o indivíduo continua apesar dos erros, com a anti-fragilidade ele continua por causa dos erros”, ou seja, é uma mudança de mentalidade.
De um lado, a resiliência leva à uma mentalidade fechada e fixa e do outro lado, a anti-fragilidade leva à uma mentalidade aberta e de crescimento.
Em outras palavras, o foco da anti-fragilidade é no aprendizado: um dos principais drives da mentalidade das start-ups: “Fail Fast” ou Falhe rápido e tenha sucesso mais rápido ainda.
Como ela pode contribuir para a sua vida e para as organizações?
Olhando para o contexto atual estamos vivendo o cenário de caos e incertezas jamais vistos.
E é por isso que o assunto deste artigo é tão importante!
Segue, pelo menos umas 10 vantagens de mudar a mentalidade para se ter uma postura anti-frágil:
• mais saúde;
• mais produtividade;
• mais credibilidade nas relações;
• melhores relacionamentos;
• capacidade de minimizar danos;
• mais fortalecimento com as dificuldades;
• maior abertura e aproveitamento das oportunidades;
• maior aprendizado e evolução;
• maior possibilidade de contribuir para o coletivo e o bem comum;
• maior possibilidade de deixar um legado inspirador
Então, agora que você sabe o que é anti-fragilidade e como ela é importante na sua vida como um todo, o que você pode fazer para se tornar anti-frágil? O que você pode fazer para criar uma cultura anti-fragildiade na sua empresa? Se quiser compartilhar, deixe sua resposta no contato da Elos360 e se quiser ajuda, conte com a mentoria sistêmica da Elos360.
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