Mudança dá trabalho. Isso é fato. Mas mudanças disruptivas, além de dar mais trabalho, dá medo em muita gente. mas por quê será? A difícil palavravinha “disruptiva” invoca uma revolução ou uma transformação radical, dessa forma, não é uma simples mudança, mas um mergulho no desconhecido.
Este cenário, por sua vez, é considerado uma ameaça para o nosso mundo interno. A incerteza é, simplesmente, aterrorizante para o ego, principalmente para aqueles que não sabem lidar com suas emoções.
Mesmo sendo as mudanças disruptivas o melhor caminho para se reinventar e continuar por cima da onda, muitos perdem as oportunidades e se afogam em inúmeras formas de resistências.
O professor Rosabeth Moss Kanter explica algumas causas das resistências como:
- Medo de perder o controle: uma mente (orientada pelo ego) tem uma preocupação com uma perda de autonomia sobre o seu trabalho ou sobre o que acontece dentro do seu mundo controlado e repetitivo.
- Medo de não saber o que vai acontecer: A mente tem pavor do excesso de incertezas e isso faz parte da própria necessidade natural de controle. Ela prefere fazer uso de fantasias, pré-conceitos, generalizações e se relacionar com os seus achismos do que assumir que não sabe e nanoa tem o controle. Essas pessoas, dessa forma, alimentam-se de inseguranças, medos e ansiedades.
- Medo de não fazer mais parte: Pessoas resistem as mudanças porque se sentem emboscadas e frustradas com a possibilidade de serem deixadas para trás. A surpresa é um pesadelo, porque alimentam um modelo mental negativo e limitado.
- Medo de não dar conta: Pessoas resistem como mudanças porque temem não são capazes de acompanhar o novo. As preocupações quanto a competência acionam muitas defesas.
Inconscientemente, é uma nova reação automática negativa frente ao novo. O ego demorou e esforçou se muito para construir uma zona de conforto e o inconsciente criou vários mecanismos de defesa para nossos afastar e nos proteger de qualquer objeto estranho que venha romper ou causar qualquer disrupção, ou grande e rápida mudança no que é conhecido e reconhecido como verdade.
Os comportamentos mais comuns nestes casos de resistência são:
- a repetição do jeito de pensar, sentir e agir – que é uma forma sutil e inconsciente;
- a negação do novo jeito de pensar, sentir e agir e afastamento ou exclusão dos agentes de mudança- que é uma forma passiva de se fechar para uma possibilidade de algo diferente;
- o julgamento, a crítica, o confronto ou qualquer comportamento violento – que é uma forma ativa de reagir e tentar destruir o novo ou o agente de mudança.
Mas o que está por trás das mudanças disruptivas?
Otto Scharmer, pesquisador do MIT e autor do modelo Theory U disse que “sempre que enfrentamos a disrupção, estas duas respostas estão disponíveis para nós: ou nos fechamos (pelo preconceito, pela culpabilizacão e pelo medo) ou nos mantemos abertos (por meio da curiosidade, da compaixão e da coragem)”.
Ele continua dizendo que a capacidade que permite: perceber e fazer uma escolha é uma consciência ou o autoconhecimento. Para mim, é o ponto de alavancagem mais importante para as mudanças positivas.
Dessa forma, se existe algo por trás das mudanças, é tudo o que acontece dentro do mundo interno. Então, se quer usar as mudanças disruptivas ao seu favor, prepare-se para um diálogo interno:
- Que mudança é essa? Escute esta nova consciência do que se encontra dentro e fora do mundo interior
- Para que mudar? Porque eles querem mudar? Tenha claro as suas necessidades das mudanças
- Quais são minhas crenças sobre mudança? “Mudanças são ruínas”, “não sei o que vai acontecer”, “aqui sempre foi assim”, “não sei fazer diferente”, “cheguei até aqui deste jeito”. Que tal transformá-las para positivas e construtivas?
- Quais são meus pensamentos acionados pelas crenças – “Será que darei conta?”, “Será que farei parte do processo e do futuro?”, ” Será que terei mais trabalho”, ” Será que essa mudança dificultaria as coisas para mim?” Questione se eles são reais!
- Quais são minhas emoções acionadas pela possibilidade de mudança? Medo, ansiedade e insegurança.
- Faça sua escolha frente tudo isso: eu me fecho ou eu me abro? Escolha!
- Tome consciência de suas posturas e ações: resisto, boicoto, nego, falo mal, procuro influenciar para não mudar, tento mostrar que não dá certo, fujo e justifico, resisto e convenço manter assim?
A escolha é sua e é o que temos de maior poder de mudança e transformação!
A mudança, por sua vez, nos faz um convite irrecusável: navegar nas ondas do futuro e fazer uma diferença no mundo. Então, você está preparado para essa aventura que é viver? Você está preparado para as incertezas?
Uma coisa é certa: As poucas certezas da vida é a própria mudança e o fato que “marés mansas não fazem bons marinheiros”.