A maioria dos problemas interpessoais em uma empresa advém da má comunicação, seja entre líderes e subordinados, seja entre os próprios colaboradores. A qualidade das relações interpessoais mantidas no ambiente de trabalho é decisiva para o êxito da empresa, pois favorece o trabalho em equipe, o bem estar coletivo e a produtividade de todos.
A comunicação não-violenta surge como uma filosofia de vida e uma metodologia que nos ensina a manter nossas conexões e viver em paz. É, portanto, uma forma de evitar problemas e conflitos desnecessários decorrentes do mau uso da linguagem, além de ser uma técnica eficiente para resolver conflitos já instalados. seu maior ingrediente é a empatia, que aproxima as pessoas de forma a promover o entendimento mútuo de suas necessidades não atendidas e seus desejos de realização.
A comunicação não-violenta ou compassiva pode ser definida como uma espécie de conexão calcada no amor, na empatia, na compaixão e no diálogo sereno e amistoso em busca de uma solução boa para todos os envolvidos. É a forma de chegar no famoso ganha-ganha. Nesse sentido, vislumbra-se o quão importante é que essa forma de comunicação seja desenvolvida no meio empresarial!
Neste artigo daremos cinco dicas de como desenvolver a comunicação não-violenta, aplicando-a no âmbito empresarial. Confira!
Desenvolva a empatia
Antes de tudo, é preciso se colocar no lugar do outro e buscar entender seus desafios, seja na hora de cobrar resultados, dar feedbacks ‒ alertando um possível baixo desempenho ‒ ou resolver um mal-entendido. É preciso que o líder se solidarize ao colaborador, não somente criticando, mas se disponibilizando a ajudá-lo nas dificuldades enfrentadas. Essa prática criará um ambiente de confiança e desenvolverá no trabalhador o sentimento de gratidão pela empresa.
Se interessar pelo outro e conhecer sua história e necessidades não atendidas é primordial para o processo. Mergulhe no desenvolvimento da empatia para aprimorar sua comunicação e habilidade de gerir conflitos!
Seja transparente
Assuma responsabilidade pelas suas emoções e necessidades. Fale sobre o que lhe incomoda diretamente à pessoa responsável pela prática do ato, antes que a situação se prolongue e surjam boatos pelos corredores. Tome a iniciativa de discutir o assunto. É fundamental evitar que a outra pessoa tenha conhecimento do seu descontentamento por terceiros. Abrir o coração e mostrar-se vulnerável é opositalmente um ato de coragem e força do ego. Quem é imaturo e tem um ego frágil não consegue se expôr ou se mostrar vulnerável. Para isso, invista no seu fortalecimento interno para ter coragem de se comunicar.
Reporte-se apenas aos fatos, sem emitir juízos de valor
Essa é uma das principais técnicas para desenvolver a comunicação não-violenta. Quando emitimos um juízo negativo sobre atos praticados por outra pessoa, essa prática acaba distanciando os interlocutores, que ficarão na defensiva, dificultando a solução do problema.
A maior armadilha do ego e da mente é o julgamento. Todo adjetivo negativo rotula, julga e desconecta. Dizer que o outro é preguiçoso, burro, grosso, ignorante, egoísta, incompetente, etc só vai piorar em todos os sentidos. Para a pessoa que recebe o julgamento, que posso reforçar uma característica e dificultar mudanças. Para quem julga, que só se irrita e profetiza o contrário e para a relação que se desgasta e se desconecta.
Ao invés de maximizar o caráter negativo da ação, procure deter-se apenas aos fatos, à situação concreta, expondo seus sentimentos em relação à estes, suas necessidades e buscando, posteriormente, indagar sobre as razões que a motivaram, abrindo espaço para um diálogo pacífico, sempre baseado na compreensão e na ausência de pré-julgamentos.
Seja direto no que deseja, jamais dê indiretas
Poucas coisas prejudicam mais uma relação do que a comunicação por meio de indiretas. Além de ser uma prática irritante e desrespeitosa, põe as pessoas na posição de adversárias, fomentando a animosidade e inviabilizando o entendimento.
É importante preservar a qualidade do ambiente de trabalho, zelando para que seja um local de cooperação e ajuda recíprocas. Para tanto, seja honesto em seus propósitos e deixe claro quais são suas intenções. Isso facilita a compreensão do que você deseja, de forma que será mais fácil obter o resultado esperado.
A clareza e objetividade na comunicação é essencial para um relacionamento saudável. Quantas vezes falamos e ouvimos que esta tudo bem, mas não é verdade? É um aprendizado dizer: “não estou confortável com isso”; “fiquei incomodado quando fez aquilo”; “me sinto triste quando falar assim”.
Se sentiu uma indireta ou não entendeu meias palavras do outro, pergunte, esclareça. “Não entendi isso”, “o que está acontecendo?”, “como se sente? o que quer?”, “Parece que esta irritado, é por causa disso? Me diga por quê”
Tenha humildade
Independentemente do cargo ocupado, todos têm importância e valor dentro de uma organização. É um sistema vivo, com membros diferentes e complementares. Quem tem um cargo de liderança, tem mais responsabilidades e mais expectativas daqueles que confiaram essa missão. Sem humildade não existe liderança, só chefia ou gerenciamento. O líder não tem como dar conta de tudo sozinho. Por isso, é preciso ter humildade para ter empatia, se colocar no lugar do outro, se abrir para receber outras idéias e feedback, estar à frente para orientar, ao lado para ajudar, e atrás para encorajar e motivar. Esse tipo de relação só se consegue com respeito. E ser humilde é respeitar nossas próprias limitações!
Em resumo, um bom líder que faz uso de comunicação não-violenta consegue:
- Pontuar os fatos e situações que o incomoda ou que prejudicam a empresa;
- Falar sobre seus sentimentos quanto a isso e os impactos que enxerga na atitude;
- Esclarecer suas necessidades ou princípios que não foram atendidos ou respeitados com essas atitudes;
- Ser claro sobre o que espera e o que seria bom para todos daqui para frente.
É preciso reaprender a se comunicar e se relacionar. É uma arte que precisa ser praticada e desenvolvida.
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