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O mundo mudou, mas e você?

O mundo mudou, mas e você?

30 de março de 2020

 O mundo mudou, as necessidades mudaram e uma nova consciência revela o quanto a mentalidade também precisa mudar para encerrar este ciclo de sofrimento e perpetuação de sintomas e crises provocados pelo modelo mental vigente do sistema coletivo. 


Estes  sintomas e crises, por sua vez, são apenas indicadores de necessidades não atendidas e de urgentes mudanças e transformações para uma mentalidade capaz de resolver os problemas criados pelos paradigmas anteriores. 

Um novo nível de consciência, uma nova mentalidade

Consciência é a percepção do que acontece dentro e fora do indivíduo. Uma nova consciência, portanto, é o que acontece quando se sobe um degrau na escada espiralada de evolução e consegue enxergar a partir de uma perspectiva maior, mais integrada e mais sistêmica.

De acordo com Ken Wilber, o psicólogo de maior referência sobre as questões da consciência e evolução, “a consciência pode ser entendida com um sistema formador e tomador de perspectiva que cria, coleta e organiza pontos de vistas mais profundos, amplos e sofisticados ao se desenvolver”. 

Desta forma, se uma pessoa enxerga o mundo a partir de sua perspectiva e busca atender somente suas necessidades, a consciência que se tem de mundo é tão pequena, limitada e restrita quanto a sua relação com o mundo.

É por isso que é compreensível quando uma pessoa joga lixo no chão. Ela simplesmente resolve o problema do seu mundinho, uma vez que não se sente pertencente ou conectada com o mundo lá fora.

Por outro lado, quando se tem uma consciência mais expandida, a pessoa sabe que faz parte de um mundo maior e que sua ação causa um impacto no sistema coletivo que faz parte. Fazemos parte de uma mesma rede sistêmica!

Quem joga o lixo fora, por sua vez, não sabe que não existe fora. Tudo é dentro e faz parte de um mesmo todo, que por sua vez, busca o bem comum e é guiado pela essência , acessada em altos níveis de consciência.

Entretanto, quem tem um baixo nível de consciência é guiado pelo ego que julga, exclui, compete, compara e busca ter poder sobre o outro, assim como o melhor somente para si.

A consciência e mentalidade sistêmica retira os véus da ilusão de uma visão limitada, simplista, mecaniscista, separatista e individualista e nos revela o quanto fazemos parte de um todo interconectado e em constante movimento de expansão e integração.

Este processo evolutivo faz parte da natureza de todos os sistemas vivos, seja um indivíduo ou seja um coletivo.

Todos estamos seguindo os mesmos princípios, como a pertinência, a ordem e o equilíbrio e sendo regidos pelas mesmas leis invisíveis como a gravidade e o amor.

Sim, o amor. Quando desrespeitamos as leis naturais ou nos afastamos da força mais poderosa que existe de expansão e integração que é o amor, sofremos.

Este sofrimento, por sua vez, é só um indicador que o fluxo do Amor foi interrompido e precisa ser restaurado. Simples assim. 

O que impede e dificulta o processo de evolução?

O que impede é a mente que mente, a mentalidade fechada, rígida e fixa que bloqueia qualquer movimento novo e resiste a qualquer mudança.

O que dificulta é o ego que reina e procura atender apenas as necessidades do “falso eu”, daquele que se identifica e precisa comparar, competir e repetir o padrão pré-estabelecido para se sentir confortável e sob controle.

O que complica é a criança interna, que não sabe lidar com frustração, é regida pelo princípio do prazer e exige que tudo e todos atendam as suas necessidades na hora e do jeito que quer, caso contrário, ela emburra, fica de mal, agride, se vitimiza, ameaça, se exclui e bloqueia o sujeito de toda a sua rede social. 

Quando se evolui, a pessoa amplia a consciênciaa mente, domina o ego, amadurece e se aproxima do Amor. O seu ser se expande e integra tudo e todos de forma harmoniosa, sem julgamento e com aceitação e compaixão. 

Por outro lado, quando o sujeito não evolui, ou seja, sua mente bloqueia, seu ego domina e suas ações são imaturas e ignorantes, o sofrimento é criado inconscientemente pela a sua própria essência, que é divina, perfeita, abundante e iluminada como uma forma de despertar, aquebrantar, chacoalhar e retomar o fluxo amoroso interrompido. 

É só olhar para o mundo lá fora para ver o quanto ele está doente e em crise. E este sistema coletivo é apenas o reflexo do mundo interno de milhares de pessoas. 

Não é à toa que o índice de doenças mentais como depressão, pânico, ansiedade está altíssimo, assim como suicídios e outros sintomas como burn out, ataques cardíacos, avcs entre outros decorrente de stress. Isso sem falar na pandemia que nos convida a voltar para dentro, desacelerar, focar no essencial e cuidar do sistema coletivo. 

A urgência pela mudança do sistema só provoca mais sintomas e resistência do modelo mental operante. Quando cristalizado, o sistema coletivo faz de tudo para manter sua estrutura, cultura e práticas.

A não adequação do sistema às novas condições do ambiente e o não atendimento de suas novas necessidades, por sua vez, cria cada vez mais sintomas. O novo é desejado e rejeitado, paradoxalmente. 

A mentalidade fixa segue a repetição de códigos mentais chamado crenças, que impede o  processo de mudança e cria um movimento de fora para dentro, ou seja, o passado ou o coletivo impõe ao indivíduo o que considera real, certo, bom, aceito e possível.

O que, por sua vez, o afasta o da sua própria individualidade e singularidade, privando o da experiência de ser  livre e ao mesmo tempo pertencente ao seu sistema coletivo.

Ou seja,  a mente que mente diz ao indivíduo:  ” para você pertencer você tem que repetir seus antecessores e seguir a tradição do sistema”.  

 Quem nunca ouviu falar da expressão “ovelha negra da família”, “filho desgarrado”, “rebelde” e “revoltado” para aqueles que simplesmente quebraram um padrão familiar para respeitar sua individualidade e seguir os seus próprios sonhos? Quem nunca ouviu falar de histórias de famílias que expulsaram filhos que escolherem este caminho diferente?  

Muitas vezes por medo ou por uma lealdade sistêmica inconsciente os filhos recebem tudo de seus pais e os seguem cegamente repetindo a mentalidade fixa e o destino que o aguarda de braços abertos por ter sido tão obediente. 

O preço, pela “escolha” do novo, claro, é muito caro, mas a crença limitante e equivocada por trás de tanto sacrifício é que: “como recebi a vida dos meus pais, que é o bem mais precioso que tenho, e eles se sacrificaram tanto por mim, eu tenho que ser obediente e sofrer igual para mostrar o meu amor e a minha gratidão.” 

Um caminho pela abertura

Quando se amplia o olhar para uma visão mais sistêmica da vida, você abre espaços para diferentes perspectivas e outras possibilidades, além do destino. Não é porque no passado foi assim e as gerações passadas sofreram assim ou escolheram tal caminho que seus descendentes precisam repetir de forma rígida!

Pior, este processo de repetição nem é consciente, a maioria repete o mesmo jeito de pensar e se relacionar sem ter noção ou consciência. Por isso a necessidade de ajuda externa e muito, mais muito desenvolvimento interno.

Que tal criar um futuro diferente e mudar a história da família e da sociedade em que faz parte? Que tal criar uma vida mais saudável, amorosa, feliz e abundante? Que tal ter uma empresa de impacto positivo?

A mentalidade sistêmica e a constelação sistêmica faz este movimento interno e prepara a pessoa para este novo capítulo que permite acessar a essência, a criatividade e a liberdade para conseguir fazer diferente.

Em outras palavras, a mudança do mundo de fora depende da mudança do mundo de dentro. Bom como Gandhi disse. Desta forma, desenvolver uma mentalidade sistêmica começa com olhar de forma: ampliada, integral, interdependente, madura, consciente, inclusiva, positiva, compassiva, pró-solução, criativa, enfim: amorosa e evolutiva. É este novo olhar que ajuda a se relacionar de forma diferente e criar novas possibilidades de presente e de futuro.

Mas como de fato a mudança acontece?

A mudança de fora acontece porque a mentalidade e o trabalho sistêmico harmoniza o indivíduo com o seu sistema familiar e muda o seu mundo interno, que por sua vez muda o sistema coletivo que faz parte. Assim como ondas que ressoam em um campo, uma nova consciência permite uma abertura mental que cria espaços “devolver” estas crenças limitantes e criar novas crenças que possibilitam maior harmonia e saúde.

Quando se mudam as crenças, mudam os códigos mentais dos campos de memória ou informação do indiviuo e do seu sistema coletivo. Assim como se faz um update no software de um computador, a mente recebe uma nova programação sobre o que é necessário, bom, adequado, possível e real.

Desta forma, ao invés de carregar o peso do destino dos pais e de repetir as crenças limitantes de sua ancestralidade e cultura social, o indivíduo pode dizer: “Agora eu vejo, eu não preciso repetir para pertencer. Eu escolho fazer diferente e homenagear vocês com o que eu fizer melhor da minha vida.” 

Esta decisão de iniciar um novo capítulo de vida junto com uma nova mentalidade mais sistêmica, mais consciente, mais ampliada, mais amorosa permite, assim, uma mentalidade de crescimento que leva à evolução.  Afinal, o mundo mudou, mas e você?

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