Lucro e propósito: como manter o equilíbrio saudável em uma organização

Empresas contemporâneas valorizam a cultura organizacional e o lucro como consequência. Planejamento, estratégia e estabelecimento de diretrizes éticas e afetivas ditam o caminho de sucesso desses negócios. 

O cenário atual do mercado é de crise, aumento da concorrência e disputa com marcas globais. Pode até parecer estranho, mas as empresas que têm conseguido vencer todos esses desafios atualmente são exatamente aquelas que não visam exclusivamente o lucro. Sim, isso mesmo! Com um foco maior no propósito do que nos números, muitas marcas têm mudado o objetivo da empresa e se dado bem.
Você sabe dizer como um propósito que não seja o lucro pode ajudar os negócios? No artigo de hoje responderemos a essa e outras perguntas. Quer saber mais? Confira!

Porque ter propósito é um bom objetivo para a empresa

Empresas que visam o lucro acima de qualquer objetivo gerenciam  processos e recursos, entre eles o humano. Empresas com alma são aquelas que mobilizam as pessoas para conseguir o melhor dos processos e dos recursos. Pelo menos é isso o que diz Sherry Hakimi, CEO da Sparktures, uma das maiores empresas de RH dos Estados Unidos.
Quando uma marca foca em ter um propósito nobre (não vale só ganhar dinheiro), seus funcionários e clientes têm um maior engajamento com ela. Isso faz com que o negócio ganhe mais força, sobreviva a tempos difíceis e até consiga se tornar cada vez mais inovador. Esse propósito pode ser desde se tornar uma empresa sustentável, ou até mesmo um negócio engajado em questões sociais. Propósito nobre implica em servir ou contribuir com alguém ou alguma coisa além de si ou de algum interesse particular.

Capitalismo x propósito

A história inicial das empresas capitalistas mostra esse objetivo de agregar valor a sociedade. O próprio criador da filosofia econômica que levou ao capitalismo, Adam Smith, parte de uma base moral aliada a um propósito maior que os interesses de uma minoria. Seu primeiro livro, publicado em 1764, chama-se “Teoria dos Sentimentos Morais”. Mas foi seu segundo livro: “A Riqueza das nações” que lhe rendeu reconhecimento. Sua idéia central é de que o mercado é organizado pelas necessidades e desejos da população. Um coisa é perceber uma necessidade e oferecer um produto ou serviço que é tido como um valor pelo cliente, quer dizer, propósito primeiro que o lucro. Outra coisa é visar somente o  lucro e abusar da necessidade do cliente, cobrando uma valor abusivo.
Você compraria novamente de uma empresa pela qual se sentiu explorado na sua hora de maior necessidade? Depois de ser devastada, uma cidade, pode receber dois tipos de empresas: aquelas que doam seus produtos oferecendo ajuda e aquelas que dobram o preço para superfaturar e aproveitar a oportunidade de negócio. Qual dessas empresas são preferidas pelos clientes e serão longínquas?
Mas você pode me dizer que empresa é diferente de uma ONG – uma organização não-governamental. Concordo, mas mesmo as empresas que visam lucro podem ter propósitos e princípios humanitários essenciais. “Se uma empresa não existe para servir, ela não serve para viver”.

Como fortalecer o propósito da sua empresa?

Seja autêntico
Ou seja, se você trabalha com agronegócio e sempre desmata uma parte da Mata Atlântica para plantar soja, não adianta tentar se engajar com causas sustentáveis.
Para fortalecer propósito é preciso ser verdadeiro. Propósito ou missão da empresa significa aquilo que a faz existir neste mundo. Se ainda não pensou nisso e tem uma empresa que só visa lucro e crescimento, faça essa pergunta! Ampliar o nível de consciência do dono ajuda a empresa a sair do nível baixo das necessidades voltadas para os interesses pessoais ou ego, para um nível mais elevado das necessidades voltadas para um coletivo ou um bem comum.
Empresas são como pessoas e dirigidas por pessoas. Se o dono evolui, ela acompanha essa evolução!

Seja claro e objetivo

Não tente reinventar a roda: se a sua empresa tem um propósito maior que o lucro (ou você acabou de descobrir), ele deve ser simples de ser entendida. Se você não consegue explicar em poucas palavras o propósito da sua marca ou negócio, deve haver algo de errado com ele.
No entanto, ao encontrá-lo, tenha em mente que ele pode inspirar ainda mais as pessoas e criar um excelente — e proveitoso — senso de realização para os seus trabalhos. O que, no final das contas, é algo de bom para todo mundo.

Contrate colaboradores com mesmo propósito

Uma empresa com lucro e alma precisa contratar aquelas pessoas que amem o próprio trabalho e que estejam alinhadas com o propósito da empresa — como acontece, por exemplo, no festival Lollapalooza, em que todos os funcionários contratados precisam ter o perfil jovem, antenado e sustentável que o evento tem.
Se o seu negócio de fato tem alma, então é importante que seus funcionários saibam disso e trabalhem com ela. Trabalhe em prol de envolvê-los em torno de sua causa.
Viu só como é importante ter um propósito como objetivo da empresa? Agora que você já sabe disso, que tal refletir um pouco e procurar entender qual seria o do seu negócio? Aproveite para conferir o nosso artigo sobre 7 atitudes da liderança que estimulam a ética no ambiente de trabalho!